segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Casal do Irajá vara a madrugada catando recicláveis

Dona Maria Bernadete, 74, e seu Estanislau, 84, ganham até R$ 600 por mês com o serviço
Da reportagem
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A vida de um idoso que ganha um salário mínimo não é fácil. Um casal do Jardim Irajá é exemplo vivo disso. Maria Bernadete Ribeiro, de 74 anos, e Estanislau Vieira de Lima, de 84, precisam catar papelão, garrafas pet e latas de alumínio para melhorar a renda.
Casados há 55 anos, eles recebem juntos dois salários mínimos. Segundo dona Bernadete, o valor não é suficiente.
A idosa conta que, catando recicláveis, eles ganham até R$ 600 por mês. Mas esse "extra" que tiram mal dá para as contas.
"Só de imposto, a gente já paga quase R$ 600, aí ainda tem os gastos com comida, remédio... e minha casa aí, quase caindo. Dá pra viver. Mas não sobra pra poupança", diz.
Para evitar o movimento e o calor das tardes ribeirão-pretanas, os dois preferem trabalhar à noite. "Quando tem menos, a gente fica da meia-noite às 2h na rua. Quando o proveito é maior, a gente volta lá pras 4h", diz dona Maria.
O casal tem oito filhos, 22 netos e dois bisnetos. Os filhos e netos, todos, têm emprego fixo. Mas o casal diz que prefere não depender da prole. "Eu prefiro mexer com as nossas coisas, pra não ter intriga."

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