É uma pergunta muito boa.
Realmente eu não sei se isso foi um dom ou não. Eu acho que foi como “escritor
por acidente”. Tudo começou, na minha adolescência, quando encontrei uma velha
máquina de escrever no sótão da casa dos meus pais e gostei muito dela. Eu
comecei a usá-la e escrevi algumas histórias curtas, mas tolas, cheios de erros
ortográficos e de concordâncias. Afinal, eu não era formado em Letras, apenas
escrevi tudo conforme a minha imaginação emergia.
Como a máquina era antiga demais
para usá-la, meus pais então compraram uma nova, daquela portátil da marca
Olivetti de cor verde que mais parecia como uma maleta, e foi a parti daí que comecei
a escrever mais histórias, que com o passar do tempo fui amadurecendo com as
escritas, mas ainda continuo aprendendo a melhorá-las. Escrevi livros de
terror, de suspense e até ficção, todas as histórias tolas vinham na mente de um
adolescente nerd. As histórias foram concluídas, porém, infelizmente, joguei-as
na churrasqueira e queimei-as.
Por que eu fiz isso? Eu explico o
porquê. Era por causa da frustração que sentia naquela época, pois eu era um
adolescente imaturo que almejava publicar meus livros no mercado editorial e vi
que não seria fácil, que a realidade era outra,
muito competitiva, completamente oposto do que eu sonhava em que tudo
parecia tão fácil, e isso me frustrou muito. Naquela época, para autores
novatos, eram muitos difíceis conseguir publicar (não existia editora sob demanda
como Bookess, Perse, Clube de Autores) e somente os apadrinhados privilegiados ou
famosos conhecidos no meio da mídia conseguiam publicar as suas obras. Diante
da dificuldade, eu sabia que, para conseguir publicar um livro, a batalha para
conquistar o espaço editorial e dos leitores vai ser longa, eu não desistir. Então,
continuei a escrever, por vontade, por desejo, de colocar a história da minha
mente no papel, e passa-la para o leitores lessem, não pelas minhas escritas, das
minhas técnicas, mas da sua história em si. Não me importaria se fosse lido por
cem pessoas ou milhares, mas que as pessoas tenham conhecimentos com as minhas
histórias. Isso é o que me deixa muito satisfeito.
Não fosse pelo tesouro que
encontrei no sótão, talvez hoje eu não teria publicando O Entregador de
Bonecos, o primeiro livro que consegui publicar pela editora Literata, na qual
sou eternamente grato ao editor Eduardo Bonito, pela oportunidade de edita-lo e
me torna-se em um autor nacional, com muito orgulho.
2.Qual foi o primeiro
livro que você escreveu? Quanto tempo levou para
Conclusão desta obra?
O entregador de Bonecos foi o
primeiro livro publicado. O trabalho me consumiu mais de 17 anos (iniciado em
1994 no mês de julho, época de inverno), pois o livro sofreu várias
modificações, desde os nomes dos personagens, novos cenários, épocas, novos
acontecimentos, novas revisões, enfim, tudo o que achei necessário para
melhorar o livro.
3.Quais seus autores e gêneros
literários preferidos?
Gosto muito de Stephen King, Dan Brown, André
Vianco, Jô Soares, Markus Zusak e mais alguns.
Como eu tenho uma imaginação muito fértil, então a
inspiração vem naturalmente, e também dos fatos cotidianos ao meu redor,
dando-me algumas ideias.
5. Ao
longo da sua carreira já teve algum tipo de bloqueio onde sua inspiração
desapareceu? Se sim quanto tempo durou?
Sim, já tive isso. Depois de
dedicar muito tempo com o livro O Entregador de Bonecos e publicá-lo com êxito
pela editora Literata, foi a partir daí que tive um bloqueio, porque eu estava
tão acostumado com o meu livro, em que eu me dediquei por todos os anos com
ele, com o meu personagem David Forlin e sua jornada, que eu não conseguia mais
pensar em outras coisas. Foi meio choque para mim quando veio aquele temido
bloqueio.
Felizmente não demorou muito
para que a inspiração voltasse com força total e comecei a esboçar algumas
histórias interessantes para próximos livros,
e o próximo que vou publicar será terror, Na Companhia da Escuridão, um
dos primeiros da série Ossos negros. O livro é direcionado para público jovem e
adulto e bem provável que eu usarei um pseudônimo, pois a nova obra é
completamente oposta do meu primeiro livro, que é uma leitura leve, indicado
para todos os leitores, já o novo livro não, pois nele há conteúdos fortes, não
indicado para crianças e pessoas sensíveis, por isso que talvez usarei o
pseudônimo.
6. As
pessoas mais próximas seus amigos e seus familiares costumam ler suas
obras?
Sim, mas não todos. A minha mãe, minha tia, as minhas
amigas, o meu tio, e mais alguns familiares leram o meu livro. Alguns gostaram,
e outros nem tanto porque o livro, por ser uma obra juvenil, não é um tipo de
leitura para eles. Mas para quem curte de livro juvenil com certeza vai amar a
história e tenho recebido muitas resenhas positivas, o que isso me deixa feliz,
não pelo meu trabalho, mas por ter agradando os leitores.
7. Entre
suas obras qual é a sua favorita? Por quê?
Como eu já tenho apenas um livro publicado, O
Entregador de Bonecos, então considero este como meu favorito, não por ser meu
primeiro livro publicado, mas da sua história em si, do personagem David Forlin
e seus sentimentos em relação ao mundo e às pessoas. É um livro que considero
muito especial para mim, porque foi escrito com coração.
8. O
hábito de ler em nosso país está aumentando ou diminuindo? Aos seus olhos as
pessoas buscam mais autores nacionais ou estrangeiros?
Parece que os brasileiros estão começando a enxergar
as obras nacionais, porém timidamente,
mas com a ajuda da divulgação e da mídia, acredito que isso irá
progredir mais. Mesmo com o progresso, a
maioria dos leitores ainda compram e lê os livros de fora enquanto os nacionais
lutam para conquistar o espaço editorial (livros nas vitrines, distribuição,
divulgação através da mídia...) e dos leitores.
9.
Mesmo conteúdo resumido disponível na internet, você acredita que ainda é
possível incentivar novos leitores?
Sim, acredito que é possível! Afinal, os autores precisam de apoio para conseguir mais leitores e fazê-los conhecer suas obras, ocultadas por entre as centenas de obras estrangeiras.
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