segunda-feira, 15 de abril de 2013

O MuSA entrevista Flávio Tomé


 1.Em qual momento da sua vida você descobriu que era um escritor ? Você acha que isso é um dom?

FT -Percebi que era um escritor quando fui solicitado a escrever um livro técnico e acabei o escrevendo em forma de romance porque sentia que na forma convencional o texto ficava entediante. Não acredito que seja um dom escrever, mas sim um misto de dedicação, buscar informações organizadas, sensibilidade para a vida e técnica, ou seja, qualquer pessoa pode escrever, basta querer.

2.Qual foi o primeiro livro que você escreveu? Quanto tempo levou para
Conclusão desta obra?

FT- A Fórmula, que tratava dos assuntos do terceiro setor, das organizações de serviços sem fins lucrativos. Demorei seis meses para concluir. Posso dizer que o texto ficou meio estranho até que uma revisora me ensinou a dar a formatação adequada ao texto e então apreendi como escrever para não dar muito trabalho para os revisores. A maioria acha difícil ler livros técnicos, por isso arrisquei escrevê-lo em forma de romance e o resultado foi positivo.

3.Quais seus autores e gêneros literários preferidos?

FT-  Autores: Giulio Leoni, Bernard Cornwell, Ken Follet, entre outros que escrevem romances históricos. Acho mais fácil aprender com emoção e me divertindo se o assunto está conjugado com uma história. Veja que as religiões ensinam com parábolas.

4. A sua inspiração é natural ou você precisar se focar em algo e esperar que ela apareça?

FT- Natural, penso numa história que pode ser baseada em uma experiência própria, em um caso observado que aconteceu com terceiros, seja uma reportagem jornalística, um filme, um processo judicial e ela logo vai criando vida. A vida está cheia de histórias interessantes, basta observar e perguntar. Em cem por cento delas você encontra muito humor e drama, basta ver de qual o ponto de vista que você quer narrar.

5. Ao longo da sua carreira já teve algum tipo de bloqueio onde sua inspiração desapareceu? Se sim quanto tempo durou?

FT-  Bloqueios são naturais, quando eles surgem apenas paro a obra e me foco em outra atividade, e quando percebo ele já passou e tudo retornar ao normal. Acho que isso acontece quando o interesse sobre o que você está escrevendo é superado por outro qualquer ou uma preocupação momentanea.

6. As pessoas mais próximas seus amigos e seus familiares costumam ler suas
obras?

FT-  Costumam ler sim, mas são suspeitas para opinarem, devido a laços que nos une. E por menos que o autor deseje ele influencia a opinião dos amigos e familiares. Uma coisa é ler a história com isenção e que deve transmitir as cores do assunto e outra é explicá-la de viva voz.

7. Entre suas obras qual é a sua favorita? Por quê?

FT-  Apaixono-me por cada obra assim que termino de escrevê-la e assim que começo a escrever outra o processo se reinicia e aquela por qual me apaixonei se torna distante, quase não lembro, mas posso afirmar que minhas favoritas são Evangelho Quântico – romance filosófico,  Aventura Chinesa – romance de humor e O Golpista – romance resultado de entrevistas com pessoas ligadas ao crime.

8. O hábito de ler em nosso país está aumentando ou diminuindo? Aos seus olhos as pessoas buscam mais autores nacionais ou estrangeiros?

FT-  Aumentando sim, percebe-se pelo contínuo aumento no número de livrarias, editoras e outros diferentes pontos de vendas que vão desde bancas de jornal, farmácias, lanchonetes de beira de estrada, etc. Vai se disseminar pela próxima geração por meio dos e-books, que são mais baratos e independem da logística exigida pelo livro impresso. Lembro ainda que estamos entrando em um campo novo que são os áudios books e os resumos de livros para quem não tem tempo.


9. Mesmo com grande quantidade de conteúdo resumido disponível na internet, você acredita que ainda é possível incentivar novos leitores?

FT-  Haverá uma grande mudança no volume de informações apresentados pelos  livros, podendo vir a ser mais compactos, com uma nova forma de apresentação adequada para esta nova geração que busca informações concentradas e resumidas.


10. Um autor, a exemplo de um cantor, escolhe seu estilo de escrita e com ele trabalha a vida inteira? Um autor de romances carregará esse rótulo por toda uma vida?

FT-  No mundo da literatura a escolha do tema é aleatório e existe uma infinidade de autores com diferentes visões e estilos, alguns escrevem por encomenda desde que solicitados, outros partem para a ficção, romance, política, biografias, reportagens, poesias, assuntos técnicos. Depende de o autor querer variar e sentir-se confortável no que escolher. Quem disse que um romancista não pode escrever uma reportagem ou livros técnicos ou ainda poesias e até mesmo uma letra de música?


11. Qual sua frase preferida?

 FT - Se nada é certo, tudo é possível!



quinta-feira, 4 de abril de 2013

O MuSA entrevista Sérgio Chimatti



1.Em qual momento da sua vida você descobriu que era um escritor ? Você acha que isso é um dom?
Descobri na adolescência. Sim, com certeza, pois todos podem colocar sentimentos e conhecimento em palavras, mas fazer entender tais sentimentos e conhecimentos, abrangendo diferentes níveis culturais e sociais, isso é um dom.

2.Qual foi o primeiro livro que você escreveu? Quanto tempo levou para
Conclusão desta obra?
O primeiro foi o “Uma Vida Excepcional – Casa Três”, quatro meses para concluir. O segundo, “Apesar de Parecer... Ele Não Está Só, levei dezessete dias.

3.Quais seus autores e gêneros literários preferidos?
Autores: Zibia, Marcelo Cezar, Mônica de Castro, Lourdes Carolina Gagete, Amarilis Oliveira, Roberta Teixeira, Martha Medeiros, etc... Gêneros literários gosto de romances e poesias.

4. A sua inspiração é natural ou você precisar se focar em algo e esperar que ela apareça?
Como sou autor Espírita, é natural considerando a mediunidade.

5. Ao longo da sua carreira já teve algum tipo de bloqueio onde sua inspiração desapareceu? Se sim quanto tempo durou?
Sim, fases em que o desequilíbrio emocional impedia as inspirações. Foram diversas fases, umas duraram meses, outras anos...

6. As pessoas mais próximas seus amigos e seus familiares costumam ler suas
obras?
Sim, e gosto de comentar sobre as obras.

7. Entre suas obras qual é a sua favorita? Por quê?
Preciso explicar que em momentos de turbulência emocional, me desfiz de oito obras, até o momento tenho duas lançadas e quatro para serem lançadas. A favorita ainda não foi lançada e aprecio muito o fato da história ter muitos personagens interagindo numa trama surpreendente.


8. O hábito de ler em nosso país está aumentando ou diminuindo? Aos seus olhos as pessoas buscam mais autores nacionais ou estrangeiros?
O hábito de ler está aumentando. No momento ainda percebo que os leitores buscam mais autores estrangeiros, mas com a criação de algumas entidades como o MuSa – Museu Socioambiental e LAN-Liga dos Autores Nacionais, promovendo a valorização dos autores nacionais, acredito que existe uma tendência que este quadro de procura mude.

9. Mesmo com grande quantidade de conteúdo resumido disponível na internet, você acredita que ainda é possível incentivar novos leitores?
Perfeitamente possível, pois ler um livro, ainda representa a melhor forma de estimular a imaginação, promover a integração das diferenças entre pessoas, e, sobretudo, determinar singularidades culturais dos povos.

10. Qual sua frase preferida?
“Só é digno de toda verdade quem estiver totalmente livre das paixões”. Adoro essa frase do André Luiz, porque me serve para lembrar que não sou dono de verdade alguma, considerando o quanto estou preso a paixões.

terça-feira, 2 de abril de 2013

O MuSA entrevista o escritor Denis Lenzi


1.Em qual momento da sua vida você descobriu que era um escritor ? Você acha que isso é um dom?
É uma pergunta muito boa. Realmente eu não sei se isso foi um dom ou não. Eu acho que foi como “escritor por acidente”. Tudo começou, na minha adolescência, quando encontrei uma velha máquina de escrever no sótão da casa dos meus pais e gostei muito dela. Eu comecei a usá-la e escrevi algumas histórias curtas, mas tolas, cheios de erros ortográficos e de concordâncias. Afinal, eu não era formado em Letras, apenas escrevi tudo conforme a minha imaginação emergia.

Como a máquina era antiga demais para usá-la, meus pais então compraram uma nova, daquela portátil da marca Olivetti de cor verde que mais parecia como uma maleta, e foi a parti daí que comecei a escrever mais histórias, que com o passar do tempo fui amadurecendo com as escritas, mas ainda continuo aprendendo a melhorá-las. Escrevi livros de terror, de suspense e até ficção, todas as histórias tolas vinham na mente de um adolescente nerd. As histórias foram concluídas, porém, infelizmente, joguei-as na churrasqueira e queimei-as.

Por que eu fiz isso? Eu explico o porquê. Era por causa da frustração que sentia naquela época, pois eu era um adolescente imaturo que almejava publicar meus livros no mercado editorial e vi que não seria fácil, que a realidade era outra,  muito competitiva, completamente oposto do que eu sonhava em que tudo parecia tão fácil, e isso me frustrou muito. Naquela época, para autores novatos, eram muitos difíceis conseguir publicar (não existia editora sob demanda como Bookess, Perse, Clube de Autores) e somente os apadrinhados privilegiados ou famosos conhecidos no meio da mídia conseguiam publicar as suas obras. Diante da dificuldade, eu sabia que, para conseguir publicar um livro, a batalha para conquistar o espaço editorial e dos leitores vai ser longa, eu não desistir. Então, continuei a escrever, por vontade, por desejo, de colocar a história da minha mente no papel, e passa-la para o leitores lessem, não pelas minhas escritas, das minhas técnicas, mas da sua história em si. Não me importaria se fosse lido por cem pessoas ou milhares, mas que as pessoas tenham conhecimentos com as minhas histórias. Isso é o que me deixa muito satisfeito.

Não fosse pelo tesouro que encontrei no sótão, talvez hoje eu não teria publicando O Entregador de Bonecos, o primeiro livro que consegui publicar pela editora Literata, na qual sou eternamente grato ao editor Eduardo Bonito, pela oportunidade de edita-lo e me torna-se em um autor nacional, com muito orgulho.

2.Qual foi o primeiro livro que você escreveu? Quanto tempo levou para
Conclusão  desta obra?
O entregador de Bonecos foi o primeiro livro publicado. O trabalho me consumiu mais de 17 anos (iniciado em 1994 no mês de julho, época de inverno), pois o livro sofreu várias modificações, desde os nomes dos personagens, novos cenários, épocas, novos acontecimentos, novas revisões, enfim, tudo o que achei necessário para melhorar o livro.

3.Quais seus autores e gêneros literários preferidos?
Gosto muito de Stephen King, Dan Brown, André Vianco, Jô Soares, Markus Zusak e mais alguns.

4. A sua inspiração é natural ou você precisar se focar em algo e esperar que ela apareça?
Como eu tenho uma imaginação muito fértil, então a inspiração vem naturalmente, e também dos fatos cotidianos ao meu redor, dando-me algumas ideias.

5. Ao longo da sua carreira já teve algum tipo de bloqueio onde sua inspiração desapareceu? Se sim quanto tempo durou?
Sim, já tive isso. Depois de dedicar muito tempo com o livro O Entregador de Bonecos e publicá-lo com êxito pela editora Literata, foi a partir daí que tive um bloqueio, porque eu estava tão acostumado com o meu livro, em que eu me dediquei por todos os anos com ele, com o meu personagem David Forlin e sua jornada, que eu não conseguia mais pensar em outras coisas. Foi meio choque para mim quando veio aquele temido bloqueio.

Felizmente não demorou muito para que a inspiração voltasse com força total e comecei a esboçar algumas histórias interessantes para próximos livros,  e o próximo que vou publicar será terror, Na Companhia da Escuridão, um dos primeiros da série Ossos negros. O livro é direcionado para público jovem e adulto e bem provável que eu usarei um pseudônimo, pois a nova obra é completamente oposta do meu primeiro livro, que é uma leitura leve, indicado para todos os leitores, já o novo livro não, pois nele há conteúdos fortes, não indicado para crianças e pessoas sensíveis, por isso que talvez usarei o pseudônimo.

6. As pessoas mais próximas seus amigos e seus familiares costumam ler suas
obras?
Sim, mas não todos. A minha mãe, minha tia, as minhas amigas, o meu tio, e mais alguns familiares leram o meu livro. Alguns gostaram, e outros nem tanto porque o livro, por ser uma obra juvenil, não é um tipo de leitura para eles. Mas para quem curte de livro juvenil com certeza vai amar a história e tenho recebido muitas resenhas positivas, o que isso me deixa feliz, não pelo meu trabalho, mas por ter agradando os leitores.

7. Entre suas obras qual é a sua favorita? Por quê?
Como eu já tenho apenas um livro publicado, O Entregador de Bonecos, então considero este como meu favorito, não por ser meu primeiro livro publicado, mas da sua história em si, do personagem David Forlin e seus sentimentos em relação ao mundo e às pessoas. É um livro que considero muito especial para mim, porque foi escrito com coração.


8. O hábito de ler em nosso país está aumentando ou diminuindo? Aos seus olhos as pessoas buscam mais autores nacionais ou estrangeiros?
Parece que os brasileiros estão começando a enxergar as obras nacionais, porém timidamente,  mas com a ajuda da divulgação e da mídia, acredito que isso irá progredir mais. Mesmo com o progresso,  a maioria dos leitores ainda compram e lê os livros de fora enquanto os nacionais lutam para conquistar o espaço editorial (livros nas vitrines, distribuição, divulgação através da mídia...) e dos leitores.


9. Mesmo conteúdo resumido disponível na internet, você acredita que ainda é possível incentivar novos leitores?
Sim, acredito que é possível! Afinal, os autores precisam de apoio para conseguir mais leitores e fazê-los conhecer suas obras, ocultadas por entre as centenas de obras estrangeiras.